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Consultas de Nutrição na Gravidez

Inchaço Abdominal – O que é, qual a causa e como evitar?

O inchaço abdominal afeta pessoas de todas as idades, raças e de ambos os géneros embora haja maior prevalência nas mulheres devido à componente hormonal. Cerca de 15-30% da população geral apresenta inchaço abdominal.

A fisiopatologia do inchaço é complicada e não é totalmente compreendida. Apesar do inchaço poder ser normal, se estiver sempre inchado/a é motivo para procurar ajuda de um profissional de saúde, nomeadamente um nutricionista.

Podemos definir o inchaço abdominal como uma sensação de gases ou uma sensação de distensão. O termo distensão abdominal deve ser reservado para pacientes que apresentam um aumento visível da circunferência abdominal. Resumindo, o inchaço é o sintoma e a distensão é o sinal.

Algumas possíveis causas de distensão abdominal:

Obstipação: acumulação de fezes no intestino que aumenta a produção de gases e a distensão abdominal. É muito importante que o momento da ida à casa de banho não seja à pressa. Se criar uma rotina de ida à casa de banho, pode ajudar. 

Ingestão de pouca fibra: A falta de fibra na alimentação causa obstipação, levando aos problemas mencionados anteriormente. 

Comer rápido: leva a que se engula mais ar (aerofagia) que se vai acumular no estômago e leva à expansão abdominal. O mesmo acontece quando se mastiga pastilhas ou se bebe líquidos por palhinhas (pelo facto de se engolir mais ar).

Refeições volumosas: o aumento do volume de alimentos leva à expansão do estômago e ao consequente aumento dos ácidos produzidos que irão intervir na digestão. Ao desconforto que advém do inchaço pós-prandial, dá-se o nome de dispepsia funcional.

Deitar depois de comer: atrasa a digestão e pode provocar inchaço abdominal pela manhã. O ideal é esperar 3h antes de deitar.

Consumo de açúcar: o açúcar que ingerimos presente nos alimentos é fermentado e transformado em gás por bactérias que temos no intestino. Esse gás, quando presente em maiores quantidades, provoca distensão abdominal. Os sintomas costumam ser mais acentuados com adoçantes (xilitol, aspartame e manitol).

Intolerância a açúcares simples: a mais comum é a intolerância à lactose que resulta de níveis insuficientes de lactase (enzima que degrada a lactose em dois açúcares simples: a glucose e galactose).

Também há aumento da produção de gás após o consumo de frutas, sumos e refrigerantes que contenham frutose porque cerca de 40% da frutose não é absorvida no intestino. O sorbitol, muito utilizado como adoçante artificial é mal absorvido por quase metade da população em doses tão baixas quanto 5 gramas.

SIBO (síndrome do supercrescimento bacteriano): O crescimento anormal de bactérias é multifatorial – alimentação inadequada rica em açúcares refinados e gordura e pobre em fibras, stress, medicação, etc, leva a um aumento da produção de gases que irá expandir o intestino.  

Má digestão: Está relacionada com a falta de enzimas digestivas ou de ácido gástrico que por esse motivo atrasa a digestão, favorecendo a fermentação com subsequente produção de gás.

Stress: O stress aumenta os níveis de cortisol no sangue e como as enzimas digestivas são sensíveis a esta hormona, a digestão é prejudicada e o esvaziamento do estômago é mais lento, levando à sensação de inchaço.

Medicação: Medicamentos como aspirina, antiácidos e anti-inflamatórios não esteroides provocam acumulação de gás e consequente inchaço. Os antibióticos podem alterar a microbiota intestinal (disbiose) podendo contribuir para o inchaço.

Hormonal: Os investigadores acreditam que há um fator hormonal no inchaço, embora ainda não tenham a certeza do que é, devido ao facto de que as mulheres têm distensão abdominal com mais frequência do que os homens e principalmente na pré-menstruação.

Patologias: Nomeadamente doenças inflamatórias intestinais, intolerâncias alimentares, disbiose, ovários e rins poliquísticos, tumores, ascite e parasitose. Por exemplo, no caso da Síndrome do Intstino Irritável (SII), o excesso de gás acumulado leva à dilatação do cólon e à distensão do volume abdominal.

 

Alimentos a evitar:

Em função da causa há alimentos que podem ter que ser evitados como o sal que favorece a retenção de líquidos; alimentos produtores de gás (vegetais crucíferos – couve de bruxelas, couve-flor, brócolos e repolho; cebola, alho e leguminosas – principalmente quando não demolhadas); laticínios; açúcares e adoçantes; refeições gordurosas; picantes; álcool e cafeína.

 

Alimentos a incluir:

Em função da causa há alimentos cujo o seu consumo será benéfico para atenuar os sintomas.

Probióticos: são bactérias que desempenham um papel importante na regulação da nossa digestão. Se ocorrer um desequilíbrio entre as bactérias “boas” e “más” no nosso intestino, isso pode causar inchaço, excesso de gases, diarreia ou obstipação. Um desequilíbrio na flora intestinal causa produção de gases levando ao inchaço. Alimentos fermentados como o iogurte, kombucha, kefir e miso contêm probióticos. Também é possível ingerir probióticos através de suplementação. Os Lactobacillus parecem ser a estirpe com mais benefícios aquando a utilização de 4 a 8 semanas.

Gengibre: Possui propriedades anti-inflamatórias que ajudam a reduzir a inflamação do trato intestinal e contém gingerol que impede formação de gás em excesso.

Hortelã: Tem substâncias que por serem relaxantes musculares, relaxam os músculos do intestino e melhoram a mobilidade, permitindo que a comida e o ar preso se movam e sejam eliminados.

Erva doce e Anis: têm propriedades digestivas, aliviando os gases e o inchaço.

Vinagre e limão: estimulam a produção de ácido gástrico que facilita a digestão.

Banana, abóbora e feijão branco: pelo teor não só de fibra mas principalmente de potássio – porque o excesso de sódio leva a retenção de água que provoca inchaço e o potássio ajuda a eliminar o sódio.

Papaia – ajuda na digestão por conter papaína que facilita a quebra dos aminoácidos (componente estrutural das proteínas).

Ananás – o mesmo mecanismo que a papaia mas graças a uma substância diferente – bromelina.

Kiwi – É uma boa fonte de fibra (nos casos de obstipação), potássio e tem uma enzima que acelera a digestão.

Aipo e o pepino – pelo seu elevado conteúdo em água, são diuréticos.

 

Também é importante dormir bem e fazer exercício físico, pois estudos mostram que tanto a privação do sono quanto a inatividade física podem afetar a saúde digestiva e agravar problemas como a distensão abdominal. Uma boa hidratação é também importante, principalmente nos casos em que o inchaço se deve à retenção de líquidos (resultante por exemplo do consumo de sal em excesso ou insuficiente de potássio).

 

Texto elaborado por: Mariana Guerra (Nutricionista Estagiária à Ordem dos Nutricionistas, 3709NE)

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